Sociedade Taoista do Brasil (antiga casa histórica de Cândido Portinari) (Rio de Janeiro)

Brazil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro / Rua Cosme Velho, 343
 prédio histórico, taoist temple (en)

Templo da Transparência Sublime, o templo está aberto desde 1991.
No chamado Templo da Transparência Sublime, desenvolvem-se as vivências dessa tradição religiosa originada na China, como meditação, tai chi chuan (arte marcial), estudo do I Ching e astrologia. Seu livro fundador, o Tao Te Ching, foi escrito por Lao Zi, cerca de 600 a.C.
Site: sociedadetaoista.com.br/blog/sociedade-taoista/templo-d...

O casarão tem importância histórica por ter servido de residência ao pintor Cândido Portinari quando morou no bairro do Cosme Velho.
Candido Portinari viveu com a família entre 1943 e 1950 e produziu mais de mil obras, entre elas as da série “Retirantes” e o painel “Tiradentes”. Apesar de toda a história que a casa carrega, nunca houve sequer uma plaquinha indicando que Portinari viveu ali. Até hoje muita gente desconhece este fato.
“Como esquecer, Candinho, tua casa de Laranjeiras? As horas em que eu, calado e gauche, sentia, sem confessá-lo, orgulho de ser do teu tempo, da tua companhia?”. A casa, citada no poema “Estive em casa de Candinho”, de Carlos Drummond de Andrade. O projeto de um centro cultural não foi adiante.

Em 24/11/2011 o hornal O Globo noticiava:
"O espaço, que voltou para a família Portinari em 2002, finalmente começou a ser reformado — o tombamento do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), depois de muitas dificuldades, saiu em agosto. Até o fim do ano que vem, deverá abrigar um centro cultural vinculado ao Projeto Portinari, dirigido pelo engenheiro João Candido Portinari, filho do pintor. Restaurar a casa e abri-la à visitação será mais um modo de manter viva a memória de meu pai — afirma João Candido. A chamada Casa Ateliê Candido Portinari será administrada pelo núcleo de arte, educação e inclusão social do Projeto Portinari, a fim de atender escolas e instituições ligadas à cultura. Atualmente, programas são idealizados na sede do projeto, na PUC, e montados em colégios. — O Projeto Portinari não tem como receber alunos. O espaço de que dispomos é muito pequeno. Isso nos faz trabalhar de forma limitada. Ter um centro só nosso vai permitir uma ação diferenciada. Queremos que a arte ganhe mais espaço no processo de aprendizagem de crianças e adolescentes — diz Suely Avellar, responsável pelo núcleo de arte, educação e inclusão social do Projeto Portinari. Além de atividades educativas, o centro cultural vai abrigar exposições periódicas de obras originais de Portinari, mostras de réplicas digitais do artista, palestras, cursos e workshops; além de documentos, filmes e áudios relacionados ao pintor e a intelectuais de sua época. Suely conta que também há planos de abertura de uma casa de chá e uma lojinha no imóvel
A expectativa é que a casa se torne uma referência cultural para cariocas e turistas. Um dos principais objetivos do Projeto Portinari é torná-lo sustentável. Incluir esse tipo de comércio num centro cultural ajuda a reverter renda para a manutenção dos trabalhos — explica Suely. A casa tem um galpão-ateliê que foi projetado por Oscar Niemeyer em 1948 para que Portinari pudesse pintar o painel “Tiradentes” — uma encomenda do arquiteto para a decoração do Colégio Cataguases, em Minas Gerais. — O quadro é muito grande, ele não tinha condições de pintá-lo dentro de casa. Mas Niemeyer deu seu jeitinho. Depois de restaurado, o ateliê vai abrigar oficinas de arte — afirma Suely. João Candido Portinari viveu com o pai no Cosme Velho dos 4 aos 11 anos. Apesar da pouca idade para entender o que se passava naquela época, ele guarda claras lembranças do tempo em que morou no local. — A casa é daquelas antigas, do século XIX, com pé- direito bem alto. E por ser velha já no meu tempo de menino, tinha vários barulhos. Os quadros que meu pai pintava naqueles anos eram pesados, como os da série “Retirantes”. Aquilo tudo me assombrava, eu tinha muito medo, acordava assustado com pesadelos e meu pai sempre aparecia para me acalmar — recorda.
Outra lembrança bem viva para João Candido é a da casa sempre movimentada. — Meu pai recebia amigos o tempo todo, muitos deles ilustres. Carlos Drummond de Andrade, Mario de Andrade, Cecília Meireles e Graciliano Ramos eram presença constante. Eles não tinham hora para chegar nem para ir embora. As conversas duravam horas e eram abastecidas pelas macarronadas da minha mãe — conta. — Na época, eu podia não me dar conta do que aquilo tudo significava, mas percebia que havia uma enorme efervescência cultural. E discutia-se ali não apenas artes, mas também política. João Candido também se lembra bem da disciplina do pai quando o assunto era trabalho: — Ele ia para o ateliê assim que amanhecia e ficava lá enquanto houvesse luz natural. Meu pai dizia que não tinha esse negócio de esperar inspiração, ele afirmava que era um proletário como qualquer outro e, assim, precisava cumprir uma jornada de trabalho. Apesar de estarem entusiasmados com o plano de transformação da casa em um centro cultural, os responsáveis pelo Projeto Portinari vêm fazendo um grande esforço para viabilizá-lo. A diretora do núcleo de arte, educação e inclusão social, Suely Avellar, diz que ainda faltam recursos para custear toda a reforma — orçada em R$ 1,2 milhão.
No próximo dia 30, vamos cadastrar nossa proposta para o casarão na Lei Rouanet, a fim de facilitar a captação de recursos. E estamos dialogando com dois possíveis patrocinadores — informa Suely. Em 2007, a prefeitura firmou um convênio no qual se comprometia a doar R$ 1 milhão para a abertura da Casa Ateliê Portinari. No entanto, a verba não foi sacada até hoje porque é preciso regularizar os IPTUs atrasados do antigo dono, que somam quase R$ 500 mil. — Não podemos usar o dinheiro para pagar a dívida, e, como também não temos esse valor, ficamos num impasse. Vamos negociar com a atual gestão para tentar abonar o IPTU — diz Suely."

Fonte: oglobo.globo.com/rio/bairros/o-lar-de-portinari-3306807
Cidades vizinhas:
Coordenadas:   22°56'26"S   43°11'48"W
Este artigo foi modificado pela última vez 4 anos atrás