Hotel Fazenda Villa Forte (Resende)

Brazil / Rio de Janeiro / Itatiaia / Resende / Rodovia Presidente Dutra (BR-116), km 330
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Em meados do século XVIII, Gabriel Francisco de Mé Junqueira comprou de um fazendeiro português, o Sr. Bustamante, cerca de 200 alqueires mineiros de terra em Engenheiro Passos, distrito de Resende, que constituíam as fazendas de Boa Vista e Boa Esperança. As terras eram cortadas pela estrada federal que ligava as duas cidades mais importantes do Brasil, Rio e São Paulo. Banhada pelo rio Paraíba, a propriedade fazia divisa ao sul com o estado de São Paulo. O contrato de compra e venda incluía a casa grande, sede da fazenda, casas de colonos, direitos sobre as terras cedidas em comodato para a Estrada de Ferro Central do Brasil para funcionamento da estação ferroviária de Engenheiro Passos, um engenho de açúcar cuja construção data de 1790, um alambique para fabricação de cachaça, máquinas importadas da Inglaterra para beneficiar café (e um imenso terreiro para secagem dos grãos), uma roda d'água e uma enorme pedra mó para o preparo do fubá. Os empregados e moradores das redondezas levavam sacos de milho para trocar pelo fubá. Casado, teve três filhas. Uma delas, Dalila Junqueira, veio a contrair matrimônio com um jovem oficial da marinha, José de Siqueira Villa-Forte. Por ocasião do falecimento do vovô Mé, o genro comprou das cunhadas a parte da fazenda que lhes cabia por direito na herança e a propriedade passou-se a chamar Fazenda Villa-Forte. Depois de reformado, o Contra-Almirante Villa-Forte passou a permanecer a maior parte do tempo em Engenheiro Passos, encarregando-se pessoalmente da administração da fazenda. Uma típica fazenda de café, Villa-Forte também cultivava hortaliças e um belo pomar. Também criava porcos, cavalos, aves e gado bovino e caprino. Como uma alternativa econômica viável veio a hotelaria e em 1932, Villa-Forte foi registrada na junta comercial como "Pensão Familiar". Autoridades que se deslocavam entre as duas grandes cidades frequentemente lá pernoitavam. O imperador Dom Pedro II pousou em Villa-Forte diversas vezes. Laços de amizade surgiam. A casa grande dispunha de um salão especial que só era aberto para receber altos dignitários. Em um leilão oficial promovido pelo estado após a Proclamação da República, o almirante Villa-Forte interessou-se em arrematar algumas peças, motivado, provavelmente, pela amizade e pelo respeito que a família nutria pelo imperador. O quadro de rica moldura com o retrato de Dom Pedro que está exposto na sala da recepção do hotel costumava ficar na sala de despachos e escritório particular de Sua Majestade. Foram adquiridos na mesma época um cravo (instrumento musical, um antecessor do piano), canapés, vasos e namoradeiras de palhinha que levam a marca do carpinteiro de Dom Pedro (encontram-se no salão da recepção). A fazenda dispunha também de um campo de aviação registrado, de 1.200 por 100 metros. Forçado por um temporal a descer em Villa-Forte, em uma escala não planejada, teria escrito o príncipe de Orleans e Bragança, o conde d'Eu, no Livro de Impressões : "Agradeço ao mau tempo o bom tempo que aqui me proporcionou". Villa-Forte, um lugar tão espaçoso e aprazível e com uma família tão numerosa, estava sempre cheia: a princípio, de convidados, apenas; como as despesas se tornassem cada vez mais pesadas, a partir de 1918 foi instituída uma taxa praticamente para cobrir custos. Daí para pensão familiar e depois para hotel de lazer foi um pulo.
Cidades vizinhas:
Coordenadas:   22°30'25"S   44°40'13"W
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