Serra dos Agudos (Ortigueira)
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serra, invisível
Trata-se de uma região geológica peculiar, na transição entre o segundo e o terceiro planalto paranaense.
A carência de estudos, divulgação e investimentos fazem com que este santuário seja um privilégio vivenciado por poucos. Uma simples caminhada desperta nossa curiosidade geológica. O solo muda de cor repetidas vezes: verde, branco, amarelo, roxo, vermelho, cinza. Ora argiloso, ora arenoso.
No vale do Rio Esperança, as linhas e fendas dos paredões de rocha sedimentar nos remetem às eras geológicas pretéritas. Nos remansos, a água cristalina reflete o branco das paredes e o verde das florestas em colorações que variam do azul ao esmeralda...
A vegetação é um espetáculo à parte: Fragmentos de Mata de Araucárias intercalam-se aos remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual e Campos Cerrados. O Pico Agudo, localizado no Município de Sapopema, é o ponto culminante da Serra dos Agudos com consideráveis 1.224 metros s.n.m segundo Reinhard MAACK.
Do cume do P.A. (como é carinhosamente denominado o maior Templo do Montanhismo Norte Paranaense) têm-se uma visão privilegiada do Rio Tibagi percorrendo Cânion mais profundo do Estado do Paraná, com incríveis 650 metros de profundidade média, segundo estudos da UFPR.
Impressiona o gigantesco desfiladeiro de arenito, coberto por bromélias endêmicas, orquídeas e rainhas do abismo. Outro espetáculo é a visão e o canto da Corredeira do Inferno, temido obstáculo enfrentado por Jesuítas e Bandeirantes no século dezoito e por estudiosos no século dezenove, conforme narrou Thomas BIGG-WHITTER.
Na margem oposta do Rio Tibagi, no Município de Ortigueira, há uma chapada de aproximadamente seis quilômetros de extensão, a Serra Grande. No alto de seus consideráveis 1.170 metros s.n.m, [IBGE] o Segundo Planalto descortina-se em sua imensidão; as silhuetas do Pico Agudo recordam uma face humana e a visão privilegiada do Morro do Taff e Serra do Cadeado são convites ao êxtase contemplativo.
No Município de São Jerônimo da Serra, o Morro do Taff, nos brinda com uma visão mais angulada (skyline) da Serra dos Agudos, penhascos impressionantes e uma visão privilegiada da Terra Indígena do Apucaraninha, já no Município de Tamarana. Referências aos majestosos saltos, grutas e cavernas do entorno.
Beira o impossível descrever a imponência da Serra dos Agudos, mas nos consola o fato de a mesma poder ser avistada (por observadores atenciosos) de vários pontos da região sul de Rolândia. Beleza cênica de difícil comparação, mas certamente do mesmo nível de Santuários consagrados como o Parque Estadual Pico Paraná; Parque Estadual Cânion Guartelá; Parque Estadual Marumbi; Parque Nacional Chapada dos Guimarães, etc...
Folheando o primeiro Livro de Cume do Pico Agudo (cujo original encontra-se arquivado no CMNP – Clube de Montanha Norte Paranaense) encontramos várias declarações de devotamento à Serra, dignas de transcrição: “Sempre é gratificante voltar a este lugar. Visual incrível e astral mais ainda; Agradeço aos meus amigos por terem levado esta idéia adiante, mas principalmente a Deus por ter permitido a nós contemplar mais uma de suas Belas Obras; Pico Agudo, maravilhoso, muito perto de Deus; Só vindo para saber o que é... maravilhoso... Estava deitado contemplando os sons dos rios e pássaros, tudo é muito maravilhoso... Pico Agudo, lugar de imensa harmonia, entre o Céu e a Terra; Esta Montanha me surpreendeu pela sua beleza, não esperava algo assim em nossa região; Cada Montanha tem sua particularidade, mas o Pico Agudo é realmente lindo! O Pico Agudo é muito importante para os moradores da região, os quais reportam fantásticas histórias sobre esta Montanha... Fica aqui o registro de um cidadão sapopemense aos amigos de outras cidades que zelam e adoram este lugar!”
Aqui cabe um parêntesis: A população tradicional da Serra dos Agudos, gente humilde e acolhedora faz parte da mística toda especial da região!
Montanhistas de várias localidades do Estado estão empenhados em divulgar as imensas possibilidades eco-turísticas da Serra dos Agudos. Ofícios já foram encaminhados à Assembléia Legislativa, solicitando ações efetivas visando à preservação deste autêntico Patrimônio do Povo do Paraná.
A cada dia, a luta das populações indígenas e tradicionais, Ministério Público Federal, ONGs Ambientais e Montanhistas de todo Estado angaria novas adesões contra as sete usinas hidrelétricas projetadas pelo PAC no Rio Tibagi.
A justificativa dos desenvolvimentistas arcaicos “é suprir a carência energética do parque industrial paulista.” Saibam todos que o excessivo barrageamento proposto no Rio Tibagi irá alterar de maneira irreversível os aspectos cênicos, a vida social e ambiental da Região, compreendendo ainda a extinção de várias espécies endêmicas vegetais e animais (sobretudo, os peixes). Montanhistas e Ambientalistas do Paraná, uni-vos: Digam NÃO às Usinas Hidrelétricas no Rio Tibagi, pois o sonho NÃO acabou!
PAULO AUGUSTO FARINA, Abril de 2010.
REFERÊNCIAS:
1 C.f.: 2 Samuel 24:24, 25; 1 Crônicas 21:24, 25.
2 C.f. MAACK, Reinhard. Geografia Física do Paraná, p. 336.
3 C.f.: BIGG-WHITHER, Thomas. Novo Caminho no Brasil Meridional: A Província do Paraná - Três anos em suas Florestas e Campos: 1872-1875, Capítulo VIII [Luta contra as corredeiras – Uma grande enchente – O desfiladeiro dos Agudos – O Salto Grande – Índios Selvagens – Chegada a Tibagi] p. 431 e ss.
4 C.f.: www.uepg.br/rhr/v2n1/lucio.htm e www.historiaambiental.org/index.php acesso em 06 de abril de 2010.
A carência de estudos, divulgação e investimentos fazem com que este santuário seja um privilégio vivenciado por poucos. Uma simples caminhada desperta nossa curiosidade geológica. O solo muda de cor repetidas vezes: verde, branco, amarelo, roxo, vermelho, cinza. Ora argiloso, ora arenoso.
No vale do Rio Esperança, as linhas e fendas dos paredões de rocha sedimentar nos remetem às eras geológicas pretéritas. Nos remansos, a água cristalina reflete o branco das paredes e o verde das florestas em colorações que variam do azul ao esmeralda...
A vegetação é um espetáculo à parte: Fragmentos de Mata de Araucárias intercalam-se aos remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual e Campos Cerrados. O Pico Agudo, localizado no Município de Sapopema, é o ponto culminante da Serra dos Agudos com consideráveis 1.224 metros s.n.m segundo Reinhard MAACK.
Do cume do P.A. (como é carinhosamente denominado o maior Templo do Montanhismo Norte Paranaense) têm-se uma visão privilegiada do Rio Tibagi percorrendo Cânion mais profundo do Estado do Paraná, com incríveis 650 metros de profundidade média, segundo estudos da UFPR.
Impressiona o gigantesco desfiladeiro de arenito, coberto por bromélias endêmicas, orquídeas e rainhas do abismo. Outro espetáculo é a visão e o canto da Corredeira do Inferno, temido obstáculo enfrentado por Jesuítas e Bandeirantes no século dezoito e por estudiosos no século dezenove, conforme narrou Thomas BIGG-WHITTER.
Na margem oposta do Rio Tibagi, no Município de Ortigueira, há uma chapada de aproximadamente seis quilômetros de extensão, a Serra Grande. No alto de seus consideráveis 1.170 metros s.n.m, [IBGE] o Segundo Planalto descortina-se em sua imensidão; as silhuetas do Pico Agudo recordam uma face humana e a visão privilegiada do Morro do Taff e Serra do Cadeado são convites ao êxtase contemplativo.
No Município de São Jerônimo da Serra, o Morro do Taff, nos brinda com uma visão mais angulada (skyline) da Serra dos Agudos, penhascos impressionantes e uma visão privilegiada da Terra Indígena do Apucaraninha, já no Município de Tamarana. Referências aos majestosos saltos, grutas e cavernas do entorno.
Beira o impossível descrever a imponência da Serra dos Agudos, mas nos consola o fato de a mesma poder ser avistada (por observadores atenciosos) de vários pontos da região sul de Rolândia. Beleza cênica de difícil comparação, mas certamente do mesmo nível de Santuários consagrados como o Parque Estadual Pico Paraná; Parque Estadual Cânion Guartelá; Parque Estadual Marumbi; Parque Nacional Chapada dos Guimarães, etc...
Folheando o primeiro Livro de Cume do Pico Agudo (cujo original encontra-se arquivado no CMNP – Clube de Montanha Norte Paranaense) encontramos várias declarações de devotamento à Serra, dignas de transcrição: “Sempre é gratificante voltar a este lugar. Visual incrível e astral mais ainda; Agradeço aos meus amigos por terem levado esta idéia adiante, mas principalmente a Deus por ter permitido a nós contemplar mais uma de suas Belas Obras; Pico Agudo, maravilhoso, muito perto de Deus; Só vindo para saber o que é... maravilhoso... Estava deitado contemplando os sons dos rios e pássaros, tudo é muito maravilhoso... Pico Agudo, lugar de imensa harmonia, entre o Céu e a Terra; Esta Montanha me surpreendeu pela sua beleza, não esperava algo assim em nossa região; Cada Montanha tem sua particularidade, mas o Pico Agudo é realmente lindo! O Pico Agudo é muito importante para os moradores da região, os quais reportam fantásticas histórias sobre esta Montanha... Fica aqui o registro de um cidadão sapopemense aos amigos de outras cidades que zelam e adoram este lugar!”
Aqui cabe um parêntesis: A população tradicional da Serra dos Agudos, gente humilde e acolhedora faz parte da mística toda especial da região!
Montanhistas de várias localidades do Estado estão empenhados em divulgar as imensas possibilidades eco-turísticas da Serra dos Agudos. Ofícios já foram encaminhados à Assembléia Legislativa, solicitando ações efetivas visando à preservação deste autêntico Patrimônio do Povo do Paraná.
A cada dia, a luta das populações indígenas e tradicionais, Ministério Público Federal, ONGs Ambientais e Montanhistas de todo Estado angaria novas adesões contra as sete usinas hidrelétricas projetadas pelo PAC no Rio Tibagi.
A justificativa dos desenvolvimentistas arcaicos “é suprir a carência energética do parque industrial paulista.” Saibam todos que o excessivo barrageamento proposto no Rio Tibagi irá alterar de maneira irreversível os aspectos cênicos, a vida social e ambiental da Região, compreendendo ainda a extinção de várias espécies endêmicas vegetais e animais (sobretudo, os peixes). Montanhistas e Ambientalistas do Paraná, uni-vos: Digam NÃO às Usinas Hidrelétricas no Rio Tibagi, pois o sonho NÃO acabou!
PAULO AUGUSTO FARINA, Abril de 2010.
REFERÊNCIAS:
1 C.f.: 2 Samuel 24:24, 25; 1 Crônicas 21:24, 25.
2 C.f. MAACK, Reinhard. Geografia Física do Paraná, p. 336.
3 C.f.: BIGG-WHITHER, Thomas. Novo Caminho no Brasil Meridional: A Província do Paraná - Três anos em suas Florestas e Campos: 1872-1875, Capítulo VIII [Luta contra as corredeiras – Uma grande enchente – O desfiladeiro dos Agudos – O Salto Grande – Índios Selvagens – Chegada a Tibagi] p. 431 e ss.
4 C.f.: www.uepg.br/rhr/v2n1/lucio.htm e www.historiaambiental.org/index.php acesso em 06 de abril de 2010.
Cidades vizinhas:
Coordenadas: 23°54'20"S 50°47'38"W
- Serra do Paranapiacaba 223 km
- Serra da Virgem Maria 246 km
- Cuesta de Botucatu 266 km
- Serra Negra 268 km
- Serra dos Itatins 349 km
- Serra do Jambeiro (900/1000 m) 518 km
- Serra do Maracaju 543 km
- Serra do Quebra-Cangalha 562 km
- Serra das Águas 572 km
- Sierras Grandes 1612 km
- Serra Grande 0.6 km
- Pico Agudo (Monte Ybiangi) 2 km
- Morro do Meio 4.4 km
- Pico do Portal 6 km
- Área Indígena Tibagy - Mococa 13 km
- Natingui 13 km
- Represa da Usina Hidrelétrica Governador Jayme Canet Júnior 25 km
- Lajeado Bonito 30 km
- Barreiro 32 km
- Área Indígena Queimadas 42 km
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