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Fazenda Velha (Telêmaco Borba)

Brazil / Parana / Telemaco Borba / Telêmaco Borba / PR-239, s/n
 fazenda, prédio histórico
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Esse é um espaço preservado que abriga o casarão em estilo colonial que foi sede da antiga Fazenda Velha (também denominada de Fazenda do Alegre), além de outras pequenas edificações, como a antiga caixa de água. A localidade está inserida nos chamados “Sertões do Tibagi”, na região dos Campos Gerais, na Mesorregião do Centro Oriental do Paraná. Toda essa área da fazenda e estrutura pertence atualmente ao Grupo Klabin que atua na região, com a Unidade Monte Alegre (indústria de papel em Telêmaco Borba) e o Departamento Florestal do Paraná. Essa fazenda foi propriedade do militar federalista Bonifácio José Batista, conhecido como Barão de Monte Carmelo.
O casarão, principal edificação antiga na fazenda, é considerado um patrimônio histórico do município de Telêmaco Borba, sendo, portanto, a única edificação presente em estilo colonial restante no município. A fazenda colonial é considerada a primeira ocupação branca nos ‘Campos do Alegre’, na atual área do município de Telêmaco Borba. Antes disso, esses campos próximos ao rio Alegre, eram ocupados unicamente por indígenas caingangues, conhecidos como bugres ou botocudos, que desenvolveram-se sua cultura à sombra dos pinheirais. Alguns outros grupos indígenas da região também foram convertidos por missões jesuítas no Paraná no século XVII, como no município vizinho de Ortigueira, com a redução jesuítica de Nuestra Señora de la Encarnación, próxima a atual localidade de Natingui. Já no século XVIII, houve um massacre desses indígenas. Esse episódio ficou conhecido como a 'Chacina do Tibagi'. José Félix da Silva, grande latifundiário da região, senhor da Fazenda Fortaleza no município de Tibagi, nos Campos Gerais, visando expandir sua propriedade, ordenou a matança dos índios, justificando como uma vingança a morte de um comparsa. A localidade da matança ficou conhecida até no século XX como Mortandade. Félix da Silva conseguiu então dominar as terras ao norte dos Campos Gerais.
No século XIX, o escritor e coronel federalista Telêmaco Augusto Enéas Morosini Borba esteve desbravando a região, tendo também estudado os índios remanescentes daquela determinada etnia. Em 1882, o coronel escreveu o 'Pequeno vocabulário das línguas Portuguêsa e Kaigangues ou Coroados' acompanhado de outro 'Vocabulário das línguas Cayuguas e Chavantes', ambos publicados no Catálogo dos Objetos do Museu Paranaense, obras de real valia, que por notícias, até os dias atuais são as únicas existentes no gênero. O escritor escreveu também 'Actualidade Indígena', um compêndio de informações indígenas, em 1908. Em 1883, publicou na Revista Sociedade de Geografia de Lisboa, o artigo 'Breve notícia sobre os Índios Caigangues', que foi reeditada em 1935, em Viena, na Revista Internacional de Etnologia e Lingüística Anthropos. Passou a externar seus pensamentos num pequeno semanário chamado “O Tibagy”, no ano de 1904, durante dois anos. Seus vários estudos na região levaram-no a sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense. Enfim, o coronel Telêmaco Borba, destacou-se tanto, que na vida política chegou a ser prefeito do território que pertencia a Fazenda Velha, além de deputado provincial por vários mandatos.
As terras dos Campos do Alegre passaram então a ser propriedade do comendador Manoel Ignácio do Canto e Silva, que foi também brigadeiro diretor geral dos índios, vereador do município de Castro, deputado provincial e candidato ao Senado Federal. Manoel Ignácio era neto de José Félix da Silva e foi durante o período de sua posse da Fazenda do Alegre que ele mandou construir a ‘Casa Grande’, o casarão que passou a abrigar a sede da fazenda. Mais tarde o militar federalista Bonifácio José Batista, conhecido como barão de Monte Carmelo, filho do sertanista Tomás Dias Batista e pertencente a uma célebre família paranaense, herdou a referida fazenda em 1864, já no período do Brasil Imperial. O barão, que foi fazendeiro, vereador do município de Castro, deputado provincial, comandante da Guarda Nacional e colaborador financeiro da Revolução Federalista, foi casado com Ana Luísa Novais do Canto e Silva, filha do comendador Manoel Ignácio. O barão faleceu em 1987 e toda suas propriedades presentes no Paraná passou para seus respectivos herdeiros.
Em 1926, descendentes de Bonifácio José Batista, associados aos proprietários da Companhia Agrícola e Florestal e Estrada de Ferro Monte Alegre, passaram a explorar as riquezas da fazenda, na forma de minérios, madeira e incentivos à agricultura.
Em 1934 os irmãos Klabin adquiriram a fazenda, visando a produção florestal. Na atualidade, a antiga sede da Fazenda Velha, faz parte dos atuais limites da Fazenda Monte Alegre, que englobou também outras localidades. Sendo assim, toda essa extensão territorial pertence até o presente momento ao grupo Klabin, se passando mais de 80 anos que essas áreas são geridas e administradas por essa empresa.
Cidades vizinhas:
Coordenadas:   24°15'54"S   50°25'25"W
Este artigo foi modificado pela última vez 7 anos atrás