Roda Cimeira

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O concelho de Góis está incluído na área designada por Zona Serrana, a mais interiorizada da Beira Litoral. A zona serrana cobre 39% da área rural do distrito. Predominam as grandes altitudes, encostas extensas e muito declivosas.

Do ponto de vista hidrográfico o afluente que abrange esta área é a Ribeira do Sinhel.

A geologia desta área é composta por terrenos do complexo xistoso ordovícico muito metamorfizados alternando com quartzitos. As rochas aflorantes são o xisto e os quartzitos. Assim, estes materiais são os predominantes na construção que antigamente se fazia, no entanto, hoje em dia têm vindo a ser substituídos por materiais menos dispendiosos (Figura 1 e 2).

Embora esta área não seja muito extensa, basta as diferenças de altitudes para fazer variar de modo significativo o clima, na medida em que se sabe da influência que a altitude tem, em particular, na distribuição das temperaturas e pluviosidade. A temperatura é bastante baixa no Inverno, chegando mesmo por vezes a ser negativas. No Verão as temperaturas são amenas. A pluviosidade é elevada no Inverno e praticamente ausente no Verão.

De acordo com o Plano Director Municipal (PDM) a vegetação predominante na área onde se insere a aldeia é o carvalho negral, carvalho roble, carvalho português, sobreiro, oliveira, castanheiro, pinheiro manso, pinheiro bravo e eucaliptos (Apêndice I). Em redor da aldeia observam-se hortas dispostas em socalcos, de forma a atenuar os acentuados declives (Figura 3).


A aldeia de Roda Cimeira é um lugar que data de há 2000 anos, aquando da exploração das minas da “Escádia Grande” pelos Romanos, os quais deixaram vestígios arqueológicos que actualmente são uma fonte de atracção turística a nível concelhio, e depois pelos árabes. A actual freguesia de Alvares já foi concelho, sendo agora integrada no concelho de Góis.

A exploração de minério foi pouco significativa e não teve consequências determinantes a nível do concelho mas, para esta aldeia (que dista 1 km) a partir dos anos quarenta foi bastante importante quer pela positiva (perspectivas de emprego) quer pela negativa (elevada mortalidade associada ao trabalho mineiro).

Ao longo do tempo aconteceram diversos factos que vale a pena referir, tais como: a fundação da Sociedade de Melhoramentos em 1928, sendo a primeira do concelho de Góis a ser fundada, levando a cabo várias obras na aldeia, das quais a primeira foi a Casa de Convívio em 1932/34 (reconstruída em 1978); a inauguração da escola primária (construída pelo Estado em 1956), que posteriormente encerrou (1984) e que em 1996 foi requalificada para salão de festas; a inauguração da piscina fluvial em 1996 e a inauguração do Centro de Dia Fernando Baeta, administrado pelo Centro Paroquial de Solidariedade Social da Freguesia de Alvares. Relativamente aos serviços básicos, a água canalizada foi instalada em 1974; a luz eléctrica foi inaugurada a 26 de Março de 1975 e o telefone público foi instalado em casa do Sr. Mário Martins em 1954.



O concelho de Góis tem 4861 habitantes (2001), tendo a aldeia de Roda Cimeira 37 habitantes permanentes. Tal como o resto do concelho, a população residente conheceu de 1890 a 1986 dois períodos distintos: de 1890 a 1911 verificou-se um crescimento, e de 1911 a 1970 um declínio populacional, principalmente em 1911/20 (1.ª Guerra Mundial), 1940/50 (2.ª Guerra Mundial) e 1950/60 um claro êxodo rural, verificando-se uma clara tendência em direcção a Lisboa. Neste período, a freguesia de Alvares foi a que perdeu mais importância (Figura 4)

A estrutura etária vai de encontro ao que acontece no resto do concelho que se traduz numa redução dos residentes com menos de 64 anos, e um aumento da população com mais de 65 anos.

O concelho foi fortemente atingido pelos fluxos migratórios, bem como a aldeia. Actualmente, cerca de metade da população residente de Alvares é a que regista uma maior diminuição no conjunto das freguesias do concelho.

As famílias com duas pessoas constituem a maior fatia percentual do total de famílias residentes do concelho. Na aldeia predominam as famílias pequenas constituídas por um ou dois elementos.

No concelho o número de fogos de 1890 a 1960 aumentou mas, na década de 60 diminuiu, a par de um profundo decréscimo da população. Assiste-se a uma recuperação e estabilização das décadas de 70 e 80, respectivamente (Figura 5). O número de fogos na aldeia tem-se mantido estável, verificando-se apenas acções nos domínios da renovação e da requalificação de algumas casas.

A nível social pudemos constatar que não existem diferenças significativas entre a aldeia e o território envolvente. Esse facto deve-se, na nossa opinião, à homogeneidade cultural, territorial e dimensional, sendo a grande excepção a sede de concelho (Góis) que possui já um sector terciário relevante.

Esta aldeia não tem grande importância economicamente no âmbito da região, não existindo nem população nem infra-estruturas que deem origem a uma actividade económica dinâmica. A aldeia não possui também, factores passíveis de atrair o investimento privado proveniente do exterior.

Relativamente às infra-estruturas e aos equipamentos são ambos reduzidos, e não directamente ligados à actividade económica (ex. Capela, Cemitério, Piscina Fluvial).

Ruralidade e Desenvolvimento

A aldeia em estudo apresenta uma malha irregular, na qual o edificado se apresenta concentrado com derivações de expressão orientada porque as casas estão concentradas no centro da aldeia mas expandem-se ao longo das vias de comunicação. É composta por 37 habitantes permanentes distribuídos por 23 agregados, predominantemente de uma ou duas pessoas, aos quais realizámos entrevistas de modo a compreender o seu modo de vida, os seus problemas, as suas inquietações, necessidades e desejos.
Cidades vizinhas:
Coordenadas:   40°3'56"N   8°6'5"W
Este artigo foi modificado pela última vez 8 anos atrás