Comunidade do Coque (Recife)

Brazil / Pernambuco / Recife
 localidade, invisível
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A fama de bravura dos habitantes da comunidade é histórica. O povoamento da região tem início em meados do século XIX. Com o declínio da economia açucareira, capatazes dos engenhos, conhecidos como “cocudos” devido a sua valentia, fixaram sua morada ali, sendo essa uma das possíveis origens do nome Coque. Durante a Intentona Comunista, o líder Gregório Bezerra se refugiou nos arredores da região. Esse passado de valentia sempre assustou a sociedade recifense, que evitava freqüentar as procissões do local por temer a “gente navalhada do Coque”.

Nos últimos sessenta anos, devido a crescente chegada na região de novas famílias pobres oriundas do interior e da zona da mata, a situação social se tornou bastante precária. Não houve investimentos suficientes na área de moradia, saúde, educação, entre outras. O resultado é a existência de duas comunidades: uma parcialmente atendida quanto às necessidades básicas de água, luz, saneamento e outra completamente abandonada, deixada à mercê da maré da cidade do Recife. Os índices de pobreza da região são gritantes; 57% da população de 40 mil vive com renda mensal entre meio e um salário mínimo, número acima da média estadual, segundo o Mapa do Fim da Fome II.

A razão da escolha pelo Coque pode ser resumida em dois pontos básicos. O primeiro deles está relacionado ao baixo nível de leitura, problema existente em praticamente todas as comunidades da periferia. Entretanto, a situação do Coque especificamente é agravada pela ausência de uma biblioteca acessível, estando a mais próxima localizada em Afogados, o que constitui o segundo ponto determinante.
Cidades vizinhas:
Coordenadas:   8°4'22"S   34°53'55"W

Comentários

  • “Percorrendo os caminhos que nos levam de casa ao Coque, e do Coque ao "Coque mais pra dentro", aprendemos a freqüentar lugares dentro de nós mesmos aos quais não sabíamos sequer chegar. É suspendendo os automatismos de nossas ações e cultivando o sentir e o olhar que podemos nos permitir essa viagem de nós a nós mesmos, e rumo ao outro. Estamos vivendo experiências de verdade, algo que extrapola conceitos e elaborações mentais e nos permite exercitar nossa genuína capacidade de ser e a versatilidade de agir no mundo. E esse lugar de encontros onde estamos vivendo e aprendendo é o Coque. (...) Agora, nesse ponto onde estamos, paramos debaixo dessa árvore e olhamos. Respiramos e repousamos. Deixamos emergir uma fala que nos pergunta: o que dizer de nós mesmos que estamos nascendo? o que dizer desse outro que se revela aos nossos olhos que aprendem a ver? O que dizer dessa novidade que é ser e viver menos separados? Suspendemos a fala e a resposta aguçada, por um momento de contemplação. Damo-nos tempo e espaço. Tão importante quanto plantar é estar atento ao que floresce”. (Rafael Filipe e Roberta Lira no livro Coque Vive: exercícios do olhar).
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Este artigo foi modificado pela última vez 6 anos atrás