Lagoa do Abaeté (Salvador)

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Lagoa de mistérios e encantos, muitas lendas surgiram em torno das águas escuras dessa massa de água doce cercada pelas alvíssimas areias de imensas dunas. A antiga Lagoa de Itapuã, escondida em meio a belezas naturais, era reverenciada como sagrada, pelos adeptos do candomblé.

Visitada por poucos turistas, todos temiam o banho em suas águas que, segundo se dizia, "engoliam" em misteriosos rodamoinhos, cujos pontos eram do conhecimento de poucos. Eventuais mortes por afogamento apenas aumentavam essa aura de mistério.

O fato é que, por sua água doce, sustentada por nascentes que surgem no meio das dunas - e não pelo represamento da chuva, como um dia se acreditou - o Abaeté era usado por lavadeiras que, em suas margens, ajudaram a manter vivas muitas das tradições ancestrais que enriquecem a cultura de Salvador.

No final dos anos 70, com a melhoria do acesso ao norte, a construção do Aeroporto Internacional 2 de Julho (hoje homenageando um ex-deputado), diversos loteamentos foram sendo instalados em suas imediações, o próprio bairro de Itapuã cresceu - além de centenas de ocupações irregulares - provocaram verdadeira devastação nas dunas, com a retirada de suas areias para a construção civil de forma clandestina e descontrolada.

Para conter a ação predatória do local, e preservar as belezas naturais da Lagoa, foi criada a APA.

O reconhecido compositor baiano Dorival Caymmi cantou os mitos, as lavadeiras, os pescadores do Abaeté. A Lenda do Abaeté é uma de suas mais belas canções, em que o poeta desvela este lugar "encantado":

"No Abaeté tem uma lagoa escura
Arrodeada de areia branca"
Cidades vizinhas:
Coordenadas:   12°56'37"S   38°21'28"W
Este artigo foi modificado pela última vez 15 anos atrás