Ruínas da Casa do Pe. Tenório (Ilha de Itamaracá) | local histórico

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O Padre Pedro de Souza Tenório nasceu no Recife a 29 de junho de 1779, estudou em Lisboa, e ao ordenar-se, assume a paróquia de Nossa Senhora da Conceição, na condição de Vigário, na Ilha de Itamaracá, tornando-se o mais célebre dos habitantes desta Ilha em todos os tempos, desde a fundação da Feitoria por Cristóvão Jacques, passando pelos diversos donatários da Capitania, até os dias atuais.

Seus ideais de liberdade, na mais pura acepção da palavra foram reconhecidos por Henry Koster que o conheceu pessoalmente e ao qual se refere em sua obra intitulada ”Viagens ao Nordeste do Brasil” como um mártir da mais santa e grandiosa idéia: A liberdade de sua pátria.

A Revolução Republicana eclodiu em Pernambuco a 06 de março de 1817, arquitetada inicialmente por Domingos José Martins, que tanto em sua casa no Recife como em seu engenho no Cabo, reunia pessoas de expressão da sociedade onde pregava o descontentamento, principalmente, quanto aos altos impostos cobrados na época, pela Coroa, para manter os grandiosos gastos com seu luxo e pompa. Resultando na deposição do então Governador desde 1804 - Caetano Pinto de Miranda Montenegro.
Surgindo então o Governo Provisório composto por uma junta formada por:
Domingos José Martins – Comércio
José Luiz de Mendonça – Justiça
Domingos Teotônio Jorge – Exército
Padre João Ribeiro Pessoa – Clero
Manuel Correia de Araújo – Agricultura
Padre Miguel Joaquim de Almeida Castro – Interior

E assessorada por um Conselho Consultivo composto pelo Ouvidor Antônio Carlos de Andrada; o Lexicógrafo Antonio de Morais Silva; o Vigário Geral do Bispado Dão Bernardo Luiz Ferreira e o português Manuel José Pereira Caldas.

O Forte Orange era então ocupado pela artilharia, ligada a Corte e sua rendição deveu-se exclusivamente a interferência pessoal do Padre Tenório. Que conseguiu sem derramamento de sangue, convencer o comandante da tropa, composta na sua grande maioria por pernambucanos também ansiosos pela independência, a aderir ao movimento libertário. Diante de tal bravura, o Padre Tenório foi nomeado pelo Governo Provisório, para o cargo de Ajudante-Secretário.

O movimento denominado Revolução Republicana foi debelado pelas forças da Monarquia, sendo os seus líderes presos e condenados à morte por enforcamento. Porém as sementes da Liberdade e da República estavam plantadas em solo pernambucano.
O Padre Tenório refugiou-se ainda na Ilha de Itamaracá, onde tinha muitos amigos e admiradores que o acolheram com carinho. Até que foi delatado, preso e condenado ao enforcamento. Morreu em 10 de junho de 1817 aos 38 anos. Sua cabeça e mãos foram pregados e expostos em um poste na Vila de Goiana por vários meses, até caírem e serem depositados na Igreja da Misericórdia naquela Vila, o resto do seu corpo foi atado às caudas de dois cavalos, arrastado e dilacerado, para depois ser sepultado no Cemitério da Igreja de Santo Antonio no Recife.

Em 1845, quando o Pilar se transformou em sede da Paróquia da Ilha de Itamaracá, trouxeram os despojos do mártir para a Igreja de Nossa Senhora do Pilar, onde ficou até 1905, sendo então, transferido para o Instituto Arqueológico de Pernambuco, pelo bispo Dão Luiz de Brito.

Em 17 de maio de 2005 retornam à sua Igreja de Nossa Senhora da Conceição seus restos mortais que aqui repousarão para sempre, lembrando a todos nós, o mais importante legado de sua vida:
A LIBERDADE.

Hoje, 10 de julho de 2010, (193 anos depois de sua morte), foi realizada uma homenagem ao Padre Tenório, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Vila Velha na Ilha de Itamaracá.
Cidades vizinhas:
Coordenadas:   7°48'44"S   34°51'4"W
Este artigo foi modificado pela última vez 12 anos atrás