Mosteiro de Leça do Balio (Matosinhos)

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Localizado em Matosinhos, o Mosteiro de Leça do Balio serviu, originalmente, a Ordem de Malta. Foi edificado no século XIV por Diogo Pires, o Moço. No lugar onde se ergue a igreja, gótica, existiu, por volta do ano 900, um convento dúplex de invocação do Salvador, provavelmente arrasado durante a invasão de Almançor, em princípios do século XI.O templo foi construído por iniciativa de frei Estevão Vasques Pimentel. Na segunda metade do século XIV (1372), ali casou D. Fernando com D. Leonor Teles. A igreja tem caracter defensivo, com planta em cruz latina de três naves e cabeceira tripla abobadada, com fachada revelando a divisão espacial interior e conservando lateralmente torre quadrangular alta.
Apresenta torre não maciça, com masmorra, como a torre de menagem do Castelo de Belver e as torres do Castelo da Amieira, ambas construções da Ordem do Hospital. Do mosteiro só já existe a igreja, de planta cruciforme, três naves de cinco tramos, transepto inscrito mas volumetricamente distinto, cabeceira com capela-mor e absidíolos, e torre sineira quadrangular adossando a sul ao frontispício.
Apresenta volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de uma, duas e quatro aguas. A fachada principal, orientada a oeste, é ladeada por alta torre, provida de balcões com mata-cães, a meia altura, e no topo, em angulo, seteiras e sete janelas ogivais.
O pórtico, aberto em alfiz e de quatro arquivoltas sobre colunas, é sobrepujado por um balcão ameado assente numa cachorrada, e por uma rosácea radiante. Nos flancos, aprumados de merlões sobre as cornijas, rasgam-se janelas geminadas. Na fachada Sul, abre-se um portal de quatro arquivoltas com gablete simples e colunas capitelizadas com lavores zoofitomórficos. Os alçados, tanto das naves laterais como da nave central, estão coroados de ameias.
No interior, o templo tem naves separadas por arcos quebrados, assentes em colunas com capitáis lavrados. Os arcos do transepto são mais altos que os do corpo da igreja. O tecto é de madeira. Iluminam o interior janelas geminadas, nas naves laterais.
Possui ainda janelões de mainel e arco apontado, nas paredes do tramo final junto a cabeceira e na abside; simples e altas frestas, nos ábside. Oito janelas do clerestório e um óculo sobre o arco da capela-mor iluminam o espaço superior da nave axial. A capela-mor tem abóbada de pedra, de nove nervuras, a que correspondem colunas aneladas, nas paredes.
Abóbadas nervuradas cobrem os absidíolos. Na capela-mor encontra se uma campa rasa brasonada (armas dos Almeidas e Vasconcelos) e, em arcossólio adossado a parede direita, a arca tumular de frei Cristóvão de Cernache (1569).
Na parede fronteira situam-se os nichos que guardam os túmulos de frei Lopo Pereira de Lima (1684) e de frei Diogo de Melo Pereira (1666). No absidíolo do lado do Evangelho, encontra-se o túmulo de frei João Coelho, com estatua jazente.
Na capela do ferro, situada do lado da Epístola, localiza-se a campa rasa do fundador, frei Estévão Vasques (1336), encimada por uma placa de bronze contendo o epitáfio do defunto em caracteres leoneses.
Nesta placa estão ainda gravados motivos decorativos, destacando-se a rara apresentaçao da Anunciação da Virgem, pois figura a alma de Jesus, em forma de Menino, voando do Padre Eterno para o seio de Maria.
Cidades vizinhas:
Coordenadas:   41°12'35"N   8°37'24"W
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